quinta-feira, 28 de agosto de 2008

Pedro Simon e João Hélio (O Político e a Vítima)

28/02/2008 – Revolta ao ler o Discurso do Senador Pedro Simon sobre João Hélio

Dia 28 de fevereiro de 2007 eu estava fazendo um curso em período integral, eu sempre pego no pé dos meus alunos que ficam navegando na internet durante os cursos, distraindo-se do objetivo principal da aula, no entanto, naquele dia, eu fui obrigado a deixar um e-mail (Não o MSN) ligado para que problemas urgentes da minha empresa pudessem me ser comunicados...

E durante uma aula, surgiu a carta de Pedro Simon, e poderia ser de qualquer outro político brasileiro, isto me causou indignação, me transmitiu falsa de moral e pura demagogia...

E... em minutos, mandei uma carta para o Senador, que nunca respondeu é claro, como todo bom político, eles montam sites com os nossos recursos, tem centenas de assessores e, são incapazes de responder nossas críticas... nem para dizer que somos inconvenientes ou idiotas... basta nos ignorar...

Atenção aos erros de português, afinal é uma missiva feita em poucos minutos, sem revisão ou correção...

Minha Resposta ao Senador... Ficou muito tempo no meu Orkut... enviei várias vezes para ele... e nada...

Que beleza!!!

Que bela carta, pena que tenha sido escrita por um político... dou aula de lógica, e por isso, sei que se um objeto é um político brasileiro, como tal, vive muito bem financeiramente, sem exceção, e legislam em causa própria, pouco se importando com a sociedade brasileira... Afinal, é isto que se aprende ao ingressar na carreira política, este é o jogo.

O político Pedro Simon pergunta por que razão Deus não desatou o cinto... Ora, Deus deu ao Homem inteligência e livre arbítrio, ou seja, cabe a nós, seres humanos, zelar por uma sociedade que previna este tipo de coisas...

O cinto não precisaria ser desatado se os políticos não legislassem em causa própria apenas, e se com seu corporativismo permitissem que o estado tivesse recursos para manter os serviços essencial, e não apenas para mal pagar as folhas de pagamento e os benefícios de seus apadrinhados políticos. De outro lado, a sociedade também é culpada por se deixar levar por este jogo, ou seja, por permitir que tantos objetos políticos vivam no Brasil e mantenham seus cargos, eleição após eleição.

Esta carta, se escrita por um poeta, um teólogo, um filósofo... levaria a reflexão; mas, escrita por um político, vira pura demagogia...

Leiam a carta e reflitam... ELE mesmo não poderia ter tentado desatar o cinto ? NÓS não poderíamos indicar pessoas na políticas que estivessem a fim de desatar o cinto ? Reflitam... João Hélio merece no mínimo um pouco de reflexão...

Pandiá Anderaos...

Discurso Original do Senador Pedro Simon... Para ler e se comover, como eu me comovi !

CARTA ABERTA PARA ROSA CRISTINA
Mãe, Conheço o tamanho da tua dor, que é a mesma do Élson e da Aline. Para mim, é, também, uma dor vivida. A perda de um filho é, sem dúvida, o maior de todos os sofrimentos. Por que tamanha provação? Versões contemporâneas de Abraão? "Tome seu filho, o seu único filho Isaac, a quem você ama, vá à terra de Moriá e ofereça-o, aí, em holocausto, sobre uma montanha que eu vou lhe mostrar". Por que, então, o anjo de Javé não te ajudou a desatar aquela simples fivela, de um cinto dito de segurança, que permitiria devolver aos teus braços de mãe, o pequeno João Hélio, o Isaac dos nossos tempos, para que ele permanecesse entre nós, dividindo e multiplicando sua alegria de vida? "Meu Deus, meu Deus, por que me abandonastes?"
É nestes momentos que nos sentimos ínfimos, diante dos desígnios do Criador. Pior: é, também, nestes mesmos momentos que sabemos o quanto a humanidade se distanciou da Sua obra. Disseste, "eles não têm coração". Eles têm! É que nós utilizamos os dons que nos são ungidos e criamos, como novos deuses, a inteligência artificial, enquanto desdenhamos os sentimentos mais sublimes e naturais, aqueles que brotam, somente e semente, em corações fertilizados pelo amor e pela fraternidade. Ao contrário, permitimos que florescesse, em muitos corações, nas favelas e nos palácios, a barbárie. No Rio de Janeiro, em São Paulo, em Brasília, em Washington ou em Bagdá. É a humanidade, enquanto gênero humano, que se distancia dos seus próprios conceitos de benevolência, de clemência e de compaixão.
Que tuas lágrimas não se percam, apenas, nos índices de audiência e nos discursos de conveniência. Ao contrário, que elas mobilizem corações e mentes para a reconstrução dos valores que perdemos nessa travessia terrena. Em outros tempos, não tão distantes, os valores morais e culturais se construíam sobre o tripé família, escola e igreja. Hoje, a família foi dilacerada. A escola, sucateada. A igreja, excomungada. No lugar, um novo, e perverso, tripé: a droga, a rua e a arma. A droga, como estímulo. A rua, como palco. A arma, como poder.
Ainda naqueles outros tempos, as famílias se reuniam para contar, e para trocar, suas histórias de vida. Era um grande círculo de amizade e fraternidade. Família, escola e igreja, ao mesmo tempo e no mesmo espaço. Respeito, aprendizado e bênção. Pais heróis. Hoje, o círculo familiar deu lugar a um semicírculo vicioso. No centro, a TV, e os novos heróis são aqueles que mais atiram, que mais batem, que mais matam. É a arte imitando a vida. Ou incentivando a morte. Ou vice-versa.
Vim, vi e envelheci. Mas, por mais que possam tentar tripudiar o meu discurso e a minha prática, porque, dizem, obsoletos, não mudei. Continuo vivendo os valores que herdei. Da família, da escola e da igreja. Para mim, não há diferença, na dor, entre o favelado que puxa o gatilho nas esquinas e o dirigente que manda despejar mísseis sobre cidades inteiras. Quantas serão as mães de Bagdá, que choram a morte de seus pequenos inocentes, meninos da guerra, trucidados em nome do poder e da ganância. Pior: "em nome de Deus". São, todos, bárbaros, cruéis, desumanos.
É essa a minha luta: resgatar o verdadeiro sentido de humanidade. Que os homens retomem o projeto do Criador. Onde reina a barbárie, de nada vão adiantar novas leis que não se cumprem; novas punições, que servirão, tão somente, para alimentar a impunidade. Há que se ressuscitar as letras mortas. E, isso se faz, somente, com o grito estridente das ruas.
Como bem disseste, o teu filho não pode ser mais um número nas estatísticas da violência. Como em outros casos tão recentes, temo que a tua imolação seja esquecida, quando a comoção dobrar a esquina. Talvez, a mesma esquina em que foste abordada, tão covardemente. Mas, a tua dor, não. Nunca mais. A dor por um filho é eterna. Ela nos acompanha, até que o encontremos, de novo, em outra dimensão. Por isso, as tuas lágrimas têm que irrigar a indignação, que hoje toma conta de estádios, de ruas e de lares. Das famílias, das escolas e das igrejas. Quem sabe o sacrifício do teu filho signifique o renascimento do tripé que suporta outros valores, que não a barbárie.
Somos parceiros, nessa dor. Em tempo: quando conversares com o João Hélio, nos teus sonhos de mãe, diga-lhe que um menino alegre, feliz, bonito e inteligente como ele irá procurá-lo, entre todos os anjos. Diga-lhe que eles têm muito em comum na inocência de criança. Ele partiu há alguns anos, mas, nas minhas mais belas lembranças, continua o mesmo guri que me encantava a alma. Também partiu precoce, como todas as vítimas de algum tipo de violência. Diga-lhe que esse guri se chama Matheus. Eu já conversei com ele, nos meus sonhos de pai.
Um abraço fraterno,
Senador Pedro Simon

2 comentários:

Unknown disse...

Eu acompanharia a critica, mas olhando o autor, um homem honrado como o senador dos gauchos é claro que essa carta deve ser acatada com muito carinho, pois assim como essa mãe ele também sofreu a perda de seu filho. E ele é um dos únicos politicos que não são demagogos.

Pedro disse...

Não pude deixar de me impressionar com a sua crítica política...
Eu também me iludia com a fala doce do Senador, com a política bom bom e mau meu e, não vejo resultados... pago salário alto para eles... e não vejo resultados...
Temos realmente de trocar todo mundo, tentar coisas novas... que bom que existe a morte... o ACM que também perdeu um filho já esta acertando suas contas... logo logo é a vez do Simon... e eu espero que ele cobre do Senhor o Anjo que ele não enviou para o pobre menino... isto é... se Deus vai perder tempo com um cara desses...
Menos falatório e mais hombridade... vamos mostrar para esta raça que estamos indignados...