sábado, 21 de junho de 2014

Uma Caminhada Pela Copa do Mundo.

No dia 19 de junho, quando ia começar o jogo Uruguai X Inglaterra, resolvi caminhar até o Itaquerão (Batizado de Figueirão em sua estreia). Sai da minha casa e fui a pé, já que eu moro na Patriarca, distante três estações de metrô apenas. De manhã, em frente ao supermercado do bairro, eu encontrei uma “Kombi de Uruguaios” que me convenceram a mudar o bolão em que eu apostava numa fácil vitória inglesa. Um deles tinha um português perfeito, já que meu espanhol, na prática, inexiste. Eles comentaram sobre a popularidade do seu presidente e do exemplo de vida modesta que ele passava. Eu do meu lado pedi desculpas a ele por um país tão cheio de corrupção, arraigada nas entranhas da esquerda e da direita; promovendo escabrosos espetáculos como a da abertura da copa e um posterior e gigantesco trabalho de marketing para descaracterizar totalmente as pessoas que dela participaram.

No caminho para o estádio me senti realmente no primeiro mundo, encontrei polícia em vários pontos, a pista de ciclismo e corrida ao lado do metrô liberada e segura, no caminho, algumas fotos mostravam a arte da copa, que descobri ter sido financiado pelo governo estadual, e a pichação do primeiro dia em vários grafites, sendo que muitos foram recuperados com autorização dos autores e, segundo um funcionário me relatou, seriam envernizados... falta ver se isto ocorrerá a prática. Perto do metrô Arthur Alvim ainda, uma moradia de mendigos recolhida denunciava que alguém dormia ali, mas a operação copa deve ter camuflado muito lixo.

Vários bares foram pintados com as cores vermelha e branca da Coca Cola. Bares de Arthur Alvim, antes de frequência modesta, repleto de pessoas que assistiam o jogo no telão; cheguei bem na hora do primeiro gol uruguaio. Parece que ao comércio distante dos jugo da FIFA restou ao menos um pouco de faturamento extra, vi então a presença de Ingleses, Uruguaios, Mexiscanos, Peruanos e Paraguaios; muitos pintados e com suas camisa das cores de sua seleção.

E cheguei até a barreira intransponível, depois do metrô; somente com ingresso da FIFA poderia se avançar. Entrei numa barraca que o governo estadual montou para dar apoio ao turista, em espanhol e inglês, guias de São Paulo eram distribuídos; conversei levemente com alguns funcionários e depois com alguns policiais e alguns responsáveis pelo grafite do metrô, que me deu as informações anteriores sobre os grafites que vi.

Lembrei-me da máxima de ouvir para aprender e manter a boca fechada; percebi algumas pérolas... Um policial me relatou sobre a guerra do Paraguai e que este seria o melhor país hoje em dia não tivesse sido destruído (O assunto veio ao falar sobre os roubos de carros que vão para o Paraguai); como seria bom se este policiamento e estrutura fosse comum na nossa cidade sempre; do pessoal exótico e bacana que circulou por ali; um policial do choque, quando falei que ouvi no rádio sobre protestos na Paulista e na Marginal (Eu estava com fone de ouvido) me falou que “protestar também era importante”. E ainda ouvi de um funcionário que o estádio de Itaquera estava maravilhoso e que com a isenção fiscal, material caríssimo pode ser importado para ladrilhar as paredes.

Um leve passeio e muita informação, que normalmente é trabalhada por marqueteiros, a esquerda e a direita do poder; que buscam criar e confundir uma opinião pública. E nós o povo, que somos constituído de todas etnias, todas religiões, todas classes sociais, todos os níveis culturais, todos os esportes... somos usados no linguajar político para conveniência e deleite dos que buscaram na política, nada mais, que enriquecimento ilícito e poder.

E os “Hermanos Uruguaios” que atravessam nosso país numa Kombi, venceram...e me pouparam de outra derrota no bolão... Sejam Bem Vindos... desculpe a corrupção e o nível baixo de nossos políticos.

Uma kombi e a travessia do Brasil em busca da glória Uruguaia... e não é que dei sorte ao arrumar o meu bolão?

Um dos grafites "pixados" e parcialmente limpo entre as estações Patriarca e Arthur Alvim

"Jurrassic Crew" - Elefantes

Anjos e Demônios ?

Inclusão social: Cadeirantes torcedores...

"Crew"... marca brasileira...

Coca Cola tentando aparecer em todos os lugares... ela fornece a tinta, faz a pintura e dribla a "Lei Cidade Limpa". As pessoas deduzem do que se trata...

Uma foto comum do bairro, levemente pintada para copa...

Mais Coca Cola, muito policiamento, e a cabeleireira trabalhando normalmente durante o jogo.

Alguém mora aqui, mas não pode ficar durante o jogo ? Sabe-se lá...

Bares cheios conseguem alguns trocados que a FIFA não conseguiu canalizar para si. Não deixem o Blatter ver...

Alegria no primeiro gol do Uruguai... E a camiseta GAP (Grupo de Apoio ao Pandiá) sempre presente.

O grito Uruguai, Uruguai ecoou, havia muitos estrangeiros no meio das torcidas...

Todos trabalhavam em paz e aproveitavam o movimento...

O limite FIFA... daqui ninguém passa...

Sem ingresso... minha parada é aqui...

Ao longe o Figueirão (Arena Itaquera)

A Cohab Pintada por artistas grafiteiros. Como a Brahma burlou a lei da cidade limpa ? Lei da Fifa ?

Lixeiras impecáveis, oxalá permaneçam assim... hora de voltar para casa...

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